O retrato do vale-tudo político em João Costa
Gilson Castro: o peso da condenação
O prefeito Gilson Castro enfrenta uma condenação por improbidade administrativa, após acordo firmado com o Ministério Público. Reconheceu a prática de nepotismo em seu primeiro mandato e aceitou pagar R$ 129 mil, em parcelas mensais, que serão destinadas ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Embora a medida seja um passo para reparar os danos, a marca da improbidade permanece. A condenação fragiliza sua legitimidade moral e levanta questionamentos sobre o compromisso do gestor com os princípios da ética e da impessoalidade na administração pública.
Flávio e o grupo de Situba: da denúncia ao silêncio
Ainda mais polêmica, porém, foi a decisão do grupo do ex-vereador Situba, agora representado por seu filho, o vereador Flávio, de aderir ao governo de Gilson. É importante lembrar que as denúncias de Situba foram determinantes para que a Justiça reconhecesse os atos de improbidade do atual prefeito.
A adesão causa estranheza não apenas pela contradição histórica, mas sobretudo pela forma como foi conduzida. Flávio não consultou seus aliados, não conversou com as lideranças que o sustentaram e tampouco deu satisfação aos eleitores que confiaram em sua postura crítica ao gestor. Essa mudança repentina de lado é vista por muitos como um ato de traição política.
Impactos na confiança popular
Ao ignorar seu grupo e sua base, Flávio fragiliza a própria credibilidade. Eleitores que acreditaram em sua coerência agora se sentem desrespeitados, e lideranças tradicionais da região, como Zezinho do Cambraia, Auristela Coelho, Isaías e Teobaldo Marques, foram deixadas de lado.
A política de João Costa, assim, vive um momento de descrédito: de um lado, um prefeito condenado por improbidade; de outro, um vereador que abandona seu discurso e se alia a quem antes combatia. O resultado é a perda de confiança e o sentimento de que, mais uma vez, prevaleceu o vale-tudo político.